Não conseguir escutar direito ou ter outros problemas auditivos interfere na vida de muitas pessoas. Muitos transtornos podem passar despercebidos e conhecer algum dos seus sintomas pode levar as pessoas a irem a procurarem ajuda.
Por isso que hoje, falaremos sobre um assunto muito importante da saúde auditiva, o Transtorno do Processamento Auditivo Central.
Antes de falar diretamente sobre o transtorno, é necessário entender o que é o Processamento Auditivo Central (PAC).
O que é Processamento Auditivo Central?
O Processamento Auditivo Central é a habilidade do Sistema Auditivo Nervoso Central de utilizar a informação que escutamos. Ou seja, é como o cérebro reage ao o que ouvimos.
O Processamento Auditivo Central é responsável por responder a diversos estímulos auditivos, como a percepção de sons, identificação, localização, atenção aos sons, analise, memorização e recuperação de detalhes sobre sons que já foram escutados previamente.
Quando há a alteração no Processamento Auditivo Central, encontramos o transtorno dessa habilidade. Muitas vezes confundindo com TDAH, por conta de ambos transtornos ocasionarem desatenção e agitação, o Transtorno do Processamento Auditivo Central é diretamente relacionado a falta de processamento do som no cérebro e sistema nervoso.
O que é o Distúrbio do Processamento Auditivo Central (DPAC)?
Quando a pessoa reclama por não estar escutando bem, geralmente ligamos esse déficit a perda auditiva. Muitas vezes, esse acaba sendo o caso, mas e quando a pessoa não consegue escutar direito mesmo tendo a audição normal? Isso acontece de verdade e essa falta de compreensão não está ligada a audição em si, ela pode ser uma dificuldade de processar auditivamente a informação do som recebida.
O Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) é a mudança ou falta de capacidade de receber e processar informações que chegam pelo sentido da audição.
A pessoa com esse transtorno sente mais dificuldades em encontrar, reconhecer, diferenciar, gravar, compreender falas e sons. As funções cognitivas e audição podem estar normais, mas mesmo assim a capacidade de obter e processar os sons se vê comprometida. Isso afeta qualquer situação de vida da pessoa, desde relacionamentos até aprendizagem.
O TPAC pode ocasionar diversos impactos educacionais, emocionais e sociais. Seu aprendizado, habilidades linguísticas e sociais são influenciadas de forma negativa e consequentemente sua vida fica mais complicada.
Como é diagnosticado o TPAC?
A avaliação feita para diagnosticar o Transtorno do Processamento Auditivo Central não é apenas uma audiometria comum. São realizados testes em uma cabine acústica, que isola o som externo, para que o paciente receba estímulos por meio de fones auriculares que indicaram o estado do processamento auditivo.
É nele que o paciente passa por uma bateria de testes sonoros, de acordo com cada habilidade auditiva, por uma fonoaudióloga, diagnosticando o transtorno em habilidades específicas a serem tratadas.
A avaliação é realizada por diversos profissionais, incluindo fonoaudiólogo, neuropsicólogo, neurologista e psiquiatra.
Essa avaliação pode ser feita em pessoas a partir dos 6 anos de idade.
Qual o tratamento para o TPAC?
O importante é que o TPAC pode ser tratado e suas dificuldades podem ser atenuadas se for feito um tratamento correto.
O fonoaudiólogo fica responsável pela parte mais trabalhosa do tratamento, o Treinamento Auditivo.
Esse treinamento é feito com o objetivo de reorganizar as conexões neurais afetadas pelo transtorno a partir de exercícios verbais e não verbais com diversos estímulos em contextos variados.
Já a adaptação da pessoa depende da sua rotina e processo de socialização. É necessário que família, amigos e educadores tenham cuidado e criem maneiras diferentes de interação e estímulos educacionais!